O investimento na redução de Riscos Psicossociais

Investir na promoção de um ambiente de trabalho saudável e na prevenção de riscos psicossociais, é fundamental para o desempenho e o sucesso das empresas.

Como referido em artigos anteriores, os riscos psicossociais não afetam apenas diretamente a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, mas também têm um impacto significativo na produtividade, na eficiência e nos resultados das organizações. Investir na promoção de um ambiente de trabalho saudável e na prevenção desses riscos é fundamental para o desempenho e o sucesso das empresas.

Sendo este tema absolutamente transversal a todas as organizações, funções, áreas de negócio e nível hierárquico e, estando comprovado o impacto direto de todos os fatores contemplados como riscos psicossociais na produtividade dos colaboradores e na conta de resultados das empresas, porque não é, ainda, a sua prevenção uma das prioridades das organizações?

O que impede as empresas de investir na redução dos riscos psicossociais?

Existem vários fatores que podem impedir as empresas de investir na redução dos riscos psicossociais. Alguns desses obstáculos incluem:

1. Falta de conscientização

As empresas podem não estar cientes dos riscos psicossociais e da sua importância para a saúde e o bem-estar dos colaboradores. A falta de conscientização sobre os impactos negativos desses riscos pode resultar na falta de priorização e investimento em medidas de prevenção.

2. Pressões financeiras

Contextos de restrições orçamentais levam, muitas vezes, a priorizar investimentos em outras áreas consideradas mais urgentes ou lucrativas.

A redução dos riscos psicossociais pode ser vista como um custo adicional, especialmente se os benefícios a longo prazo não surgirem no curto espaço de tempo.

3. Resistência à mudança

Algumas empresas podem resistir à implementação de mudanças que envolvam a redução dos riscos psicossociais. Isso pode ser devido à mentalidade de "sempre foi assim" ou à relutância em adotar práticas e políticas que possam impactar a estrutura organizacional ou a cultura de trabalho estabelecida.

4. Falta de conhecimento e recursos

As empresas podem não ter o conhecimento especializado ou os recursos necessários para abordar efetivamente os riscos psicossociais. Isso pode incluir a falta de acesso a profissionais de saúde mental, consultores especializados ou informações atualizadas sobre melhores práticas de prevenção.

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5. Visão de curto prazo

Alguns gestores e líderes podem estar mais focados em resultados imediatos e metas de curto prazo, em vez de considerar os benefícios a longo prazo da redução dos riscos psicossociais. Isso pode levar a decisões que priorizam o desempenho imediato em detrimento da saúde e do bem-estar dos funcionários.

6. Resistência cultural

Em certos ambientes de trabalho, pode haver uma cultura que valorize a alta carga de trabalho, o stress e a competitividade excessiva. Essa cultura pode dificultar a implementação de medidas de redução dos riscos psicossociais, pois podem ser vistas como contrárias às normas e expectativas estabelecidas.

7. Desconhecimento da legislação aplicável

Em Portugal, a legislação relativa aos riscos psicossociais é abrangida principalmente pelo Código do Trabalho e pela Lei de Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho. Essas leis estabelecem as obrigações e responsabilidades dos empregadores em relação à prevenção e redução dos riscos psicossociais.

Desconhecer a existência da obrigatoriedade de cumprimento destas leis pode tornar-se um factor que leva estes temas a não serem colocados nas prioridades das organizações.

Em suma, superar estes obstáculos requer um compromisso das empresas em reconhecer a importância da saúde mental e do bem-estar dos funcionários, investir em recursos apropriados e adotar uma abordagem proativa para a prevenção e redução dos riscos psicossociais. Isso envolve uma mudança de mentalidade e uma compreensão de que o investimento nestas áreas é fundamental para o sucesso a longo prazo das organizações.

Investir na prevenção e gestão de riscos psicossociais é um investimento no bem-estar dos colaboradores, que se reflete em uma força de trabalho mais resiliente, comprometida e produtiva.

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